quarta-feira, 10 de abril de 2013

Sábado da 6ª Semana da Páscoa


REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Sábado da 6ª Semana da Páscoa

1) Oração

Ó Deus, inspirai aos nossos corações a prática das boas obras

para que, buscando sempre o que é melhor,
vivamos constantemente o mistério pascal.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho segundo João (Jo 16, 23b-28)

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 23bEm verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará. 24Até agora, não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa. “25Eu vos falei estas coisas por meio de figuras. Vem a hora em que não mais vos falarei em figuras, mas vos falarei claramente do Pai. 26Naquele dia pedireis em meu nome. E não digo que eu rogarei ao Pai por vós. 27Pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que saí de junto de Deus. 28Eu saí do Pai e vim ao mundo. De novo, deixo o mundo e vou para o Pai”.

3) Reflexão

• Jo 16,23b: Os discípulos têm acesso total ao Pai. Esta é a garantia que Jesus anuncia aos discípulos: que, em união com ele, podem ter acesso à paternidade de Deus. A mediação de Jesus conduz os discípulos ao Pai. É claro que o papel de Jesus não é substituir aos "seus": não os suplanta por uma função de intercessão, mas que os une a si; e em comunhão com Ele, eles apresentam seus desejos e necessidades.
Os discípulos estão seguros de que Jesus tem a riqueza do Pai: "23bEm verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vos dará." (v.23b). Desta forma, a saber, em união com Ele, a riqueza passa a ser eficaz. O objeto de qualquer pedido ao Pai deve ser sempre ligado a Jesus, isto é, ao seu amor e ao seu plano de dar vida ao homem (Jo 10,10). A oração dirigida ao Pai em nome de Jesus, em união com Ele (Jo 14,13; 16,23) é atendida.
Até o momento, os discípulos não tinham pedido nada em nome de Jesus, poderão  fazer depois de sua glorificação (Jo 14,13 s) quando receberem o Espírito que irradiará plenamente a sua identidade (Jo 4,22 ss) e operará a união com Ele. Os seus poderão pedir e receber com alegria plena, quando passarem da visão sensível  à visão da fé.
• Jo 16,24-25: Em Jesus temos contato direto com o Pai. Os crentes estão incluídos na relação entre o Filho e o Pai. Em João 16,26 Jesus insiste na ligação operada pelo Espírito, que permitirá aos seus apresentar ao Pai qualquer pedido em união com Ele. Isso vai acontecer "naquele dia". O que quer dizer "aquele dia pedireis?" É o dia em que virá para os seus e lhe comunicará o Espírito (Jo 20,19-22). Então os discípulos, conhecendo a relação entre Jesus e o Pai, saberão que são ouvidos. Será necessário que Jesus se interpõe entre o Pai e os discípulos pedindo para favorecê-los, não porque tenha terminado sua mediação, mas porque eles, tendo acreditado na Encarnação do Verbo e estando intimamente unidos a Cristo, serão amados pelo Pai como o Pai ama o Filho (Jo 17,23.26). Em Jesus, os discípulos experimentam o contato direto com o Pai.
• Jo 16,26-27: Oração ao Pai. Assim pois, orar é ir ao Pai por meio de Jesus; dirigir-se ao Pai em nome de Jesus. Deve-se prestar especial atenção para a expressão de Jesus nos vv. 26-27: " E não digo que eu rogarei ao Pai por vós. Pois o próprio Pai vos ama". O amor do Pai para com os discípulos se baseia na adesão dos "seus" a Jesus, na fé de sua procedência, ou seja, no reconhecimento de Jesus como dom do Pai. Após ter assemelhado os discípulos com ele, parece que Jesus se retira da sua condição de mediador, mas na verdade deixa que nos tome e nos atenda somente o Pai: "Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa " (v 24). Conectados na relação com o Pai através da união com Ele, a nossa alegria é total e nossa oração perfeita. Deus sempre oferece o seu amor ao mundo todo, mas esse amor se torna recíproco somente se o homem responder. O amor é incompleto se não for recíproco: até que o homem não o aceita, permanece suspenso. Os discípulos o aceitam no momento em que amam a Jesus, e desta maneira se torna operativo o amor de Deus. A oração é essa relação de amor. No fundo, a história de cada um de nós se identifica com a história de sua oração, incluindo os momentos que não parecem como tal: o desejo já é uma oração, bem como a busca, a angústia ...


4) Para confronto pessoal

1) Minha oração pessoal e comunitária, é realizada em um estado de quietude, de paz e de grande tranquilidade?
2) Com que empenho me dedico a crescer na amizade com Jesus? Você está convencido de que você pode conseguir uma identificação real através de comunhão com Ele e do amor ao próximo?

5) Oração final

Narram os céus a glória de Deus,
e o firmamento anuncia a obra de suas mãos.
O dia ao outro transmite essa mensagem,
e uma noite à outra a repete (Sl 18).



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